Governo se divide sobre incentivo; Radar, do IPEA, diz que país
rico optará por ele; para docente da Poli, etanol é competitivo

O governo federal pretende reduzir a tributação sobre carros elétricos, para incentivar a indústria automobilística a desenvolver a tecnologia no País, disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, no dia 19 de maio, à plateia reunida no Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), no Rio de Janeiro, durante o seminário Fórum XXI. O funcionário estava adiantando informações — o anúncio oficial sobre o plano de estímulo aconteceria uma semana depois, no dia 25. Essa apresentação, no entanto, foi cancelada horas antes de acontecer, e não ocorreu até 31 de maio, por divergência de pontos de vista entre os ministérios envolvidos — Fazenda, em nome de quem falava Barbosa; Ciência e Tecnologia, que tomou a iniciativa de montar o programa; Desenvolvimento, alegando prejuízo à indústria do etanol; e Meio Ambiente. Os jornais informam que o anúncio ficou para “meados de junho” e que o presidente da República pediu mais estudos e a busca de um consenso entre os envolvidos.
As posições
Em meio às atividades da Conferência Nacional de C&T&I, o ministro Sergio Rezende, ouvido pelo O Estado de São Paulo, afirmou que o País não pode ficar à margem “desse novo mercado”, nas palavras da repórter Marta Salomon. A reportagem reproduz frases com palavras do ministro: “Estamos tocando o desenvolvimento do carro elétrico (…) [com o] dinheiro dos fundos setoriais. Precisamos de mais”, teria dito Rezende. Ele argumentou que o veículo flex é o presente, e o carro elétrico é o futuro; e que já há R$ 10 milhões destinados a projetos de P&D relacionados à tecnologia.
O ponto de vista do Ministério do Desenvolvimento é contrário, e a imprensa atribui a Miguel Jorge, o ministro, o cancelamento da cerimônia.