
Nas manifestações pelo Brasil tem muita gente criticando a corrupção da forma mais tosca possível. É a velha e batida lenga-lenga dos programas humorísticos populares, que insistem que o político é o corrupto. E acreditam que o problema do Brasil é o político corrupto. Não é. Se o problema fosse o político corrupto, o Brasil seria uma Suíça.
Imaginem um político bem corrupto. Para cada obra, ele cobra de 5% a 10% do contrato. Ainda que condenável, isso não afeta em nada o desenvolvimento do Brasil. Em construção civil essas diferenças são normais mesmo em construções privadas. O dono de uma empresa que faz apartamentos ou construções comerciais pode ter perdas bem superiores na compra de material, furtos da obra, mudança de empregados etc.
O problema do Brasil são as empresas que não fazem a obra como deveria ser feita, mas sim com péssima qualidade. Veja as escolas, asfaltos, hospitais com material de péssima qualidade e mal feitos, mesmo com projeto definindo padrões mínimos de qualidade. Essa é a corrupção que destrói o Brasil. A obra da empresa corruptora em poucos anos precisa ser refeita ou reformada. Então, em uma obra de R$ 10 milhões, o povo perde 10% para o político e 100% com o empresário. E tem coxinha gritando com bandeira do Zorra Total e da Praça é Nossa, que o problema do Brasil é o político corrupto.
E o inacretitável é que há quatro anos está parado no Congresso um projeto que pune empresas corruptoras. E os manifestantes não vão lá brigar para que seja aprovada. Veja matéria abaixo:
Projeto contra corrupção esbarra em empresários no Congresso
por Nicolau Soares, especial para a RBA
Relator de projeto em tramitação há quase quatro anos avalia que alta presença do empresariado no Legislativo é principal foco de resistência à primeira medida para punir corporações
São Paulo – Uma das respostas da presidenta Dilma Rousseff às reivindicações contra a corrupção que aparecem difusamente nas manifestações pelo Brasil deverá acelerar a tramitação da Lei Anticorrupção. Enviada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso em 2010, a proposta ataca uma das pontas mais escondidas das denúncias de corrupção: as empresas. O projeto permite punir pessoas jurídicas envolvidas em crimes contra a administração pública, e não apenas seus funcionários, como normalmente ocorre hoje.
Se aprovado, o projeto corrigirá uma lacuna histórica na legislação brasileira, pois pela primeira vez o país terá meios mais efetivos para punir diretamente as empresas – e seus proprietários – envolvidas em atos de corrupção ou outras práticas criminosas. Se transformado em lei, o texto permitirá a responsabilização das empresas e não apenas de seus funcionários ou de políticos envolvidos em casos de corrupção. Assim, prevê a aplicação de multas e o ressarcimento de recursos desviados pelas pessoas jurídicas, muitas vezes as maiores beneficiárias de processos de corrupção. “Não existe corrupto sem corruptor. A lei coloca o Brasil no patamar dos países mais desenvolvidos em termos de combate à corrupção”, lembra o deputado Carlos Zarattini, relator da proposta na Câmara e responsável por apresentar um substitutivo ao texto original. (Texto Integral)
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